O desempenho do mercado suíno nesta primeira semana de fevereiro permaneceu bem complicado. Fatores como demanda interna enfraquecida e excedente de oferta acabaram pressionando as cotações na região Centro-Sul.
O analista de Safras & Mercado, Allan Maia, salienta que o cenário para o curto prazo segue pessimista, embora o começo de mês deva contribuir para reduzir as quedas no preço da carne suína. “Preocupa e muito aos produtores a situação do mercado de milho. Os preços estão muito elevados, a oferta interna se mostra reduzida e não existem perspectivas de mudança neste quadro de forma imediata, o que vem impactando a rentabilidade do setor semana a semana. O trabalhador agora está trabalhando com margens negativas”, comenta.
Maia informa que a média de preços do suíno vivo no Centro-Sul do Brasil recuou 3,78% nesta semana, de R$ 3,46 para R$ 3,33. O atacado também sofreu significativa depreciação dos preços. Os cortes de pernil tiveram uma retração de 0,75% desde a última semana, de R$ 7,07 para R$ 7,01. O quilo médio da carcaça sofreu baixa de 5,52%, de R$ 5,71 para R$ 5,39.
De acordo com Maia, o alento ao setor é que as exportações vêm conseguindo um bom desempenho. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior, os embarques de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 70,8 milhões nos 20 dias úteis de janeiro, com média diária de US$ 3,5 milhões. A quantidade total exportada pelo país no mês chegou a 39,1 mil toneladas, com média diária de 2 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.807,6.
O desempenho representa uma alta de 8,6% frente à média diária de US$ 3,3 milhões obtida em dezembro, que teve receita total de US$ 71,7 milhões. Em volume, houve valorização de 14,5% frente à média diária de embarques de 1,7 mil toneladas de dezembro, quando o Brasil exportou 37,6 mil toneladas de carne suína. O preço médio teve baixa de 5,6% em relação aos US$ 1.905,6 por tonelada obtido em dezembro.
Na comparação com janeiro do ano passado, que teve média diária de embarques de US$ 3,1 milhões e receita total de 64,5 milhões, a alta nos embarques deste mês chega a 15,1%. Em volume o avanço chega a 72,9% ante a média de embarques de janeiro de 2015, de 1,1 mil toneladas ao dia e de embarques totais de 23,8 mil toneladas. O preço médio nos cinco dias úteis do mês é 33,4% inferior ante ao valor obtido em janeiro do ano passado, de US$ 2.714,8 por tonelada.
Para fevereiro, Maia acredita que o bom resultado das exportações do mês passado possa ser mantido, diante da perspectiva de um câmbio favorável aos embarques.
A análise de preços de Safras & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo foi cotada a R$ 61,00 nesta quinta-feira (4), ante os R$ 69,00 praticados na semana passada. Nas mesmas comparações, na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo caiu de R$ 2,98 para R$ 2,93, enquanto no interior a cotação retrocedeu de R$ 3,42 para R$ 3,25. Em Santa Catarina o preço do quilo passou de R$ 2,93 para R$ 2,89 na integração. No interior, a cotação caiu de R$ 3,34 para R$ 3,10. No Paraná o quilo vivo retrocedeu de R$ 3,70 para R$ 3,60 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo seguiu em R$ 3,70.
No Mato Grosso do Sul a cotação permaneceu em R$ 3,05 na integração, enquanto em Campo Grande o preço seguiu em R$ 3,30. Em Goiânia, o preço caiu de R$ 4,10 para R$ 3,98. No interior de Minas Gerais o quilo baixou de R$ 4,05 para R$ 3,85. No mercado independente mineiro a cotação caiu de R$ 3,90 para R$ 3,75. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis retrocedeu de R$ 3,29 para R$ 3,20. Já na integração do estado a cotação recuou de R$ 3,02 para R$ 2,98.
Fonte: Cepea